O termo Internet das Coisas (IoT) é mais antigo do que se imagina. Para se ter uma ideia, o dispositivo IoT mais antigo que se tem notícia é uma torradeira que podia ser controlada pela internet, criada no final dos anos 90. Foi um sucesso. Mas a pergunta que valeu milhões depois disso foi: o que mais poderia se conectar à internet?
Não demorou para entender que seria possível conectar qualquer coisa que tenha um protocolo eletrônico de comunicação embutido, seja bluetooth, Wi-Fi, ou mesmo por fios, e consiga executar funções como acender e desligar uma lâmpada com comando de voz, assim como deixar uma rotina programada para ligar as luzes pela manhã, acionar a cafeteira e levantar a cortina do escritório para começar a trabalhar.
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Do lado da indústria, a visão de oportunidade também chegou rápido. A ideia de conectar máquinas que pudessem fazer auto gerenciamento de trabalho, além de se conectarem a outros dispositivos para agilizar processos, era um diferencial imenso perante a concorrência. E no conceito de indústria 4.0, onde a automação é o carro chefe, aliada à inteligência artificial (IA), a IoT é um ecossistema que oferece um mundo de possibilidades para conectar plataformas em nuvem, processos, robôs e outros dispositivos onde a imaginação é o limite.
A IoT dentro da indústria 4.0 já ganhou a sigla IIoT, ou, Internet das Coisas Industrial. Com um forte foco na conectividade máquina a máquina, aliada ao big data e aprendizado de máquina, ela permite que indústrias e empresas tenham mais eficiência e confiabilidade em suas operações. Portanto, a IIoT é complementar à Indústria 4.0, ou seja, pressupõe que as máquinas estão conectadas em uma rede onde o compartilhamento de dados é o maior benefício e possibilita tomadas de decisões mais estratégicas e assertivas.
Indo além de tomada de decisões, a conexão de dispositivos inteligentes na indústria, em conjunto com a IA, impulsiona os negócios a um patamar nunca visto antes. Ela aumenta incrivelmente a produtividade, diminui o número de falhas e acidentes, levando a uma economia de tempo e dinheiro.
Ajustes milimétricos na gestão de estoques e no ritmo de produção podem impactar diretamente na rentabilidade de toda a cadeia de produção. A utilização de ferramentas com Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisas (IoT) permite que a demanda seja monitorada em tempo real, oferecendo uma série de dados de inteligência de mercado para varejistas e para a indústria.
Para Raul Colcher, membro sênior do Instituto dos Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas (IEEE), fala mais sobre essas inovações tecnológicas, “a integração das cadeias de produção por meio de ferramentas como IA e IoT pode proporcionar muitos avanços, indo desde os fornecedores de insumos, passando pelas indústrias, cadeia de distribuição e varejo, chegando ao consumidor final.
Isso possibilita ganhos de eficiência com cooperação em tempo real, permitindo uma gestão integrada da produção, distribuição e estoque, além de reduzir desperdícios e outras perdas”, afirma Colcher.
A cooperação em tempo real na cadeia de produção traz ganhos para todos os envolvidos. A indústria pode adequar sua produção de acordo com a demanda, levando em conta fatores sazonais e eventuais flutuações. No varejo, a gestão mais eficiente do estoque permite mais rentabilidade para a operação.
“A aplicação dessas tecnologias faz com que indústria e varejo sejam sócias na gôndola, atuando em sintonia para garantir a oferta de produtos de maneira equilibrada. Isso se traduz em redução de custos operacionais, aumento da lucratividade e preços mais atrativos para o consumidor final”, analisa Colcher.
B2C
No campo das relações B2C, há uma verdadeira revolução no relacionamento com o cliente. As atividades de marketing, vendas e atendimento ao cliente passaram e continuam passando por grandes transformações, potencializadas por tecnologias e ferramentas emergentes, tanto nas lojas físicas quanto nas vendas virtuais.
“Um dos maiores desafios para o varejo hoje é capturar a atenção do cliente, seja em meios físicos ou digitais. A criação de promoções personalizadas, levando em conta dados como geolocalização e hábitos de consumo, é uma forte tendência”, finaliza Colcher.
Um exemplo de uso da IoT na indústria 4.0 é a manutenção preditiva. Equipamentos críticos parados por longos períodos, por motivo de manutenção manual, geram custos altos e perdas na produção. A IoT auxilia com dispositivos e sensores colocados no chão de fábrica, onde os dados coletados desses equipamentos são analisados em um ambiente de nuvem seguro, otimizando a manutenção, detectando possíveis falhas em peças antes de acontecer um problema.
Mas esse exemplo é apenas a ponta do iceberg. Atualmente, especialistas já avaliam uma infinidade de oportunidades prontamente disponíveis da IoT nas indústrias. Alguns exemplos são a fabricação de dispositivos médicos, gerenciamento de ativos, transporte e logística (T&L), monitoramento de frete, aviação, sistemas de monitoramento da cadeia de suprimentos, rastreamento de veículos/transportes, rede inteligente para eletricidade, petróleo e gás, serviços habilitados para dados, robótica, mineração, agronegócio, controle de equipamentos, sistemas e aplicativos à distância com uso de celular, só para citar algumas aplicações. Em todas elas, os maiores benefícios que a IoT traz são: aumentar a eficiência, reduzir erros, manutenção preditiva, melhor segurança e redução de custos.
Ignorar isso, ainda Para ter uma ideia em números, uma pesquisa do McKinsey Global Institute prevê que o impacto econômico da IoT nas indústrias chegará a US$ 11 trilhões até 2025, e uma grande parte disso deve residir em aplicativos comerciais e industriais.
No Brasil, um estudo de setembro de 2022, da CETIC, mostra que mais de 70 mil empresas já utilizaram, ao menos, uma solução de IoT. 85% delas usam para segurança patrimonial. 44% usam para gerenciamento de consumo de energia. No centro estão a gestão de logística (39%), manutenção de equipamentos (38%) e atendimento ao cliente (31%). Por último está o controle de processos de produção, com 29% das empresas usando essa solução.
Diante disso, fica claro que a IoT nas indústrias é essencial para alavancar negócios, sejam quais forem. A IA, nuvem e aplicações com aprendizado de máquina, mais do que nunca, precisam receber e processar dados de “coisas”, de dispositivos que coletam dados e geram insights automaticamente para os gestores de uma empresa. E isso permite uma maneira mais eficiente para que as organizações reajam às mudanças do mercado de forma mais rápida e eficiente. Quem ficar de fora dessa realidade corre sério risco de ficar permanentemente atrás da concorrência.
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