quarta-feira, setembro 18, 2024
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Participação no Web Summit muda patamar das startups

Participação no evento gera visibilidade, conexões e aprendizado, abrindo caminho para recrutamento de talentos e captação de investidores

As inscrições para o programa de startups do Web Summit se esgotaram quatro semanas antes do evento e atingiram o recorde de 2,3 mil startups de mais de 100 países, das quais mais de 100 são unicórnios. Reino Unido, Portugal, Alemanha, Estados Unidos e Holanda são os países com mais representantes. Mas a participação do Brasil tem aumentado.

Segundo dados compartilhados por Benicio Filho, sócio e country manager no Brasil da Atlantic Hub, o número de startups brasileiras no Web Summit saltou de 30, em 2017, para 70, em 2021, ainda levando em consideração que a edição do ano passado foi híbrida. A Alana AI esteve presente no Web Summit pela primeira vez em 2018, quando a empresa ainda era pequena. Neste ano, a startup vai ao evento com parte da premiação do segundo ciclo de aceleração do BanriTech, do banco Banrisul, o qual venceu. Além do apoio do banco, Benicio reforça a oportunidade de, nesta edição, irem com um stand próprio.

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O objetivo é se concentrar no recrutamento de talentos, com a proposta de começar o escritório local em Portugal. “O Web Summit é a Champions League; você sobe de divisão quando participa de certas coisas. Ele é um aprendizado muito forte, estamos falando de 80, 90 mil pessoas engajadas”, afirma.

Já a Educbank participará pela primeira vez do evento. Caio Noronha, CFO da startup, comenta que a participação é importante por gerar visibilidade, conexões e aprendizado. “É nítido a geração de valor que uma startup tem de participar desse evento, estamos muito animados para ver e absorver o que está acontecendo no mercado e transmitir também um pouco da nossa tese ao redor do mundo. Vender a ideia de geração de valor com impacto social”, conta.

Impactos da crise

Porém, nem tudo são flores. A pandemia afetou profundamente o turismo em Portugal, que contribuiu com 15% do PIB em 2018/2019 e passou a representar 5,2% em 2020/2021. O PIB do país em 2020 encolheu 8,4%, a maior queda registrada desde 1936. Desde então, a economia portuguesa vem respondendo bem, crescendo mais que o restante da Europa. Ainda assim, a chance de uma recessão global pode desencadear novos desafios nos próximos meses.

Uma pesquisa da Ned Davis, lançada no final de setembro, indicava 98% de possibilidade de uma recessão global. Conforme o executivo da Atlantic Hub, os preços de imóveis em Portugal têm subido muito, o que afasta o lançamento de novos empreendimentos, e o país sofre pressão por aumento de salários, e inflação.

Porém, ele considera que os desafios não são obstáculos no curto prazo. “O que temos presenciado como empresários locais é o aumento do incentivo público aos empresários. Temos que lembrar que mesmo diante de crises, sejam elas quais forem, a Europa sempre preserva suas conquistas sociais e o modo de vida. Desta maneira, se existe um continente no mundo onde as condições são menos degradadas, podemos afirmar que é a Europa”, pontua.

Fluxos de investimento

“As maiores startups do mundo nasceram nas maiores crises econômicas do mundo. A Amazon nasceu na época da internet, o Airbnb estava na bolha de 2008 das hipotecas americanas”, relembra Marcel Jientara, CEO startup brasileira Alana AI. Ele acredita que o ecossistema de startups não deve ser afetado de modo geral em termos de investimentos. Segundo ele, as que podem estar sentido certo impacto são as que já estavam em estágio mais avançado e que tinham evaluation em excesso e gastos excessivos fora do core bussiness. “A ideia é que agora as startups têm que dar um passo atrás e voltar a fazer o básico”, afirma.

O executivo também ressalta que, em geral, o venture capital investe em um prazo de cinco, dez ou até 20 anos. E, por isso, crises não tão longas, de dois, três anos de duração, não têm um reflexo muito expressivo. O que ele aponta que está acontecendo, na verdade, é um pequeno reajuste de mercado: ao invés de ter valuations de bilhões de dólares, o que é bom por aumentar a competição no começo, a eficiência de capital começa a ser prioridade da startup desde a fundação.

Noronha aponta que é possível perceber essa mudança nos fundings, mas que ainda existe dinheiro disponível na praça. “O mundo passou por uma transição recente onde houve um balanceamento de risco e retorno”, aponta. O executivo comenta que é hora de os empreendedores focarem em lapidar as teses, as deixando menos arriscadas, especialmente as que eram vistas nos últimos tempos de crescimento elevado e necessidades de caixa constantes de grandes magnitudes.

O executivo acredita que já era hora de trazer um certo equilíbrio para essas movimentações para a percepção de valor do ambiente de startups. Ele aponta que essa mudança de olhares deve se manter pelos próximos anos, período em que as startups que permanecerão e trarão valor em capital são as empresas que possuem teses de geração de valor sustentável, ou seja, encontrando breakeven, gerando ebitda e tendo uma geração de fluxo de caixa livre e saudável.

 

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